quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Aula normal

Retornamos a nossa sala nesta quinta-feira.
Vamos continuar falando de fontes bibliográficas de pesquisa.
Vamos ver uns blogs de pesquisa já realizados.

domingo, 27 de agosto de 2017

CURSOS GRATUITOS

Para quem quer complementar seus estudos, há cursos gratuitos online.
1- Temos a plataforma coursera  ( https://www.coursera.org ), com diversos cursos, alguns em português, a maioria em inglês.
2- do ponto de vista profissional, temos  os cursos do INEAD http://www.inead.com.br  e o EDUCA  http://www.cursosonlineeduca.com.br  .

3- No contexto universitário, temos os cursos da USP, na plataforma VEDUCA  http://veduca.org  .



Para quem quiser um curso básico de música, temos o curso
http://oyc.yale.edu/music/musi-112/lecture-1 , em inglês.

Basicamente, o que importante, pelo menos na sua formação, é ampliar ou fundamentar conhecimento em língua e contatos com outras artes. Além, claro, de ampliar seu repertório de leituras tanto em seus interesses, quanto em outros temas. 

Pesquisa bibliografica III


Como normalmente os documentos textuais são listados


a- Livros
GADAMER, H.G. Verdade e Método. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
a1- Livros de editoras universitárias internacionais ou casa editorias com muitas sedes prescindem da indicação da cidade. 
THALMANN,W. Dramatic Art in Aeschylus's Seven Against Thebes. Yale University Press,1978.
a2- Traduções publicadas.
GARCIA LORCA, F. Assim que passarem cinco anos. Trad. Marcus Mota. Brasília: Editora UnB, 2000. 
b- capítulos de livros
MOTA, M. "Teatro grego: Novas perspectivas" In: Sandra Rocha (Org.). Cinco Ensaios sobre a Antiguidade. São Paulo: Annablume, 2011, pp. 45-66.
c-artigos em periódicos
GONSTASKY, S.  Revising Himself: Performance as Text in Samuel Beckett's Theatre.  Journal of Modern Literature 22.1(1998):131-155. Link: http://www.samuel-beckett.net/GontarskiRevising.html.
d- Monografias, teses, dissertações.

DUARTE, M. Quando a dança e jogo e o intérprete é jogador: Do corpo ao jogo, do jogo à cena. Tese de Doutorado, Universidade Federal da Bahia, 2009. Link: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/9622/1/MarciaComSeg.pdf .

Pesquisa Bibliográfica I

A partir de um tema dado, iniciar a busca de obras que se relacionam com o assunto.

1- mecanismos de busca

2- tipos de documentos

3- lista bibliográfica. Normalização Bibliográfica

4- leitura e fichamentos



1- Mecanismos/ 2 - Tipos de documentos


A- Para Teses e dissertações e TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso)

1- Banco de teses da Capes.  http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses/#!/
2- bancos de teses, repositórios das universidades
2.1-  Repositório Institucional UnB http://repositorio.unb.br/
2.2. Monografias de fim de curso em artes cênicas: https://bdm.unb.br/handle/10483/5191 
3- Secretarias de Programas de Pós-Graduação (PPGs)
4- Bibliotecas

B- Livros
1- sites de livrarias
2- sites de editoras (Perspectiva, Zahar, Editora UFMg, Editora UnB, Editora Unicamp, Edusp, Unesp Editora)
3- google books
4- sites de bibliotecas
5- bibliografia no fim dos livros
6- livrarias

C- Artigos em revistas acadêmicas

D- anais de congressos e eventos
Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas - Abrace  http://portalabrace.org/c2/


Pesquisa- Documento - Publicação

Criar sua lista de sites

Sites institucionais


Sites de Pesquisadores
http://estudosteatrais.blogspot.com.br/

Sites de grupos/ artistas

Currículo Lattes
https://lattes.cnpq.br/

Buscadores
1- https://scholar.google.com.br/
2- academia.edu







Pesquisa Bibliográfica II

revistas acadêmicas nacionais em artes Cênicas



1-
Cadernos Virtuais de Pesquisa em Artes Cênicas. (UNIRIO)
Está desativada. mas tem materiais lá.
http://www.seer.unirio.br/index.php/pesqcenicas/index


2- Revista Cena em Movimento. (UFRGS)
Também desativada
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/cenamov/index


3- Rascunhos (UFU)
http://www.seer.ufu.br/index.php/rascunhos


4- Cadernos do GIP-CIT (UFBA)
http://www.ppgac.tea.ufba.br/index.php/publicacoes/cadernos-gipe-cit/


5- Revistas Arte da Cena (UFG)
http://revistas.ufg.emnuvens.com.br/artce/index


6- Revista CENA (UFRGS)
http://seer.ufrgs.br/cena


7- Revista Móin-Móin. (UDESC)
http://www.ceart.udesc.br/ppgt/publicacoes_moinmoin.html


8- Revista Brasileira Estudos da Presença (UFRGS)
http://seer.ufrgs.br/presenca


9- Revista Fênix de estudos culturais (UFU-Uberlândia)
Publica dossiês sobre teatro
http://www.revistafenix.pro.br/


10- Revista Repertório(UFBA)
http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revteatro


11- Revista Lamparina (UFMG)
Revista de ensino de teatro
http://www.eba.ufmg.br/lamparina/index.php/revista


12- Revista Percevejo (UNIRIO)
http://www.seer.unirio.br/index.php/opercevejoonline


13- Ilinx (Unicamp/Lume)
Revista do Lume
http://www.cocen.unicamp.br/revistadigital/index.php/lume/index


14- Revista Conceição/ Conception (Unicamp)
http://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/ppgac


15- Revista Pitágoras 500 (Unicamp)
http://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/pit500/index


16- O Teatro Transcende
http://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/pit500/index


17 Revista Concinnitas (UERJ)
É em artes em geral, mas possui artigos sobre artes cênicas
http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/concinnitas/


18 Revista Artefilosofia (UFOP- Ouro Preto)
http://www.raf.ifac.ufop.br/index.html


19 revista Ouvierouver (Uberlândia-UFU)
de Uberlândia. LInk não funcionando
http://www.seer.ufu.br/index.php/ouvirouver


20- Revista Pesquisator (USP)
http://www.revistas.usp.br/pesquisator/index


21- Revista Rebento (UNESP)
http://www.teatrosemcortinas.ia.unesp.br/#!/pratas-da-casa/revista-rebento/


22- Urdimento (UDESC)
http://www.ceart.udesc.br/ppgt/urdimento/


23- Moringa (UFPB)
http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/moringa/index


24- Sala Preta(USP)
http://revistas.usp.br/salapreta/index


25- VIS (UnB)
http://periodicos.unb.br/index.php/revistavis

26- Revistas Dramaturgias (UnB)

Manual de Sobrevivência Universitária

Um livro interessante sobre quem está entrando na universidade e começa lidar com as práticas de estudo dentro de um outro contexto que o ensino médio.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Manual de sobrevivência universitária. Campinas: Papirus, 2004.

Primeira atividade do Blog do grupo de pesquisa

Sabendo seu grupo e tema, você  se reune com os demais integrantes e começa a construir um blog de sua pesquisa.
O blog deverá estar aberto no dia 04 de setembro

Postagem esperadas:
1- apresentação do grupo, quais são os componentes do grupo. Nome do grupo, tema do grupo.
2- uma postagem inicial sobre o tema, uma aproximação inicial sobre o tema.

Postagens podem ter texto e imagens.

Reforçando:

Como é sabido, cada grupo de pesquisa na disciplina vai gerir um blog.
A partir da escolha dos grupos e temas,o blog é aberto.
Para tanto,
1- escolha um nome para o grupo e para o blog.
2- o blog será alimentando pelos seus integrantes. textos, imagens, vídeos.

Postagens esperadas em seu início:
1- postagem de apresentação. Indicar o tema e os integrantes do grupo.
2- postagens de reconhecimento. A partir do tema, postar informações e notas de leitura.
3- tarefas propostas.

A PRIMEIRA POSTAGEM JUNTO COM A ABERTURA DO BLOG ESTÁ MARCADA PARA O DIA 04 DE SETEMBRO.

Atividades de Setembro

A partir dos grupos organizados, inciar a pesquisa a partir do tema atribuído.
1- reuniões entre os membros do grupo
2- levantamento de dados sobre o tema
3- organização interna do grupo
4- abertura de um blog de pesquisa
5- postagens a partir das reuniões e pesquisas.
Introdução ao teatro, de Sábato Magaldi
2- Estudos Sobre o Teatro, B. Brecht
3- A linguagem da encenação teatral. J.J. Roubine
4- Ator Compositor. Mateo Bonfitto
5- Manual Mínimo do Ator, de Dario Fo
6- O teatro e seu duplo. A. Artaud.
7- Performance: Uma introdução crítica. M. Carlson.
8-MInha vida na arte, C. Stanilavski
9- trilogia- Stanislavski
10- Dramaturgia e a encenação em lugares não convencionais. Evil Rebouças
11- Da cena ao texto: dramaturgia em processo colaborativo Adélia Nicolete (link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27139/tde-28092009-092332/pt-br.php)
12- A análise de espetáculos, P. Pavis.
13- Stanislavski, Meyerhold & Cia. J. Guinsburg.
14- Zeami: Cena e Pensamento Nô. Sake Giroux.
15- O teatro Laboratório de J. Grotowski . L. Flaksen.
16- Improvisação para o teatro. Viola Spolin
17- Teatro Pós-Dramático. H. T. Lehmann
18- Em busca de um teatro Pobre. Grotowski.
19- Performance como linguagem. Renato Cohen.
20-Processos Criativos de R. Wilson. Luiz Roberto Galizia
21- A cena em ensaios, B. Picon- Vallin.
22- A porta aberta. Peter Brook.
21- Jogos para atores e não atores. Augusto Boal
22- Domínio do movimento. R. Laban

Temas básicos de pesquisa- Publicações

Publicações ( artigos, comunicações em congressos, dissertações de mestrado, Teses de doutorado, livros)

1- publicações relacionados a atuação, treinamento de atores, formação de intérpretes
2- publicações relacionados a estudos de processos criativos, montagens específicas, poéticas.
3- Publicações didáticas, introduções, panoramas.
4- Publicações a partir  de um grupo organizado.
5- Publicações de divulgação ou análise de propostas estéticas ou de treinamento
6- Publicações em torno de um autor ou grupo.
7- Publicações a partir de uma metodologia de pesquisa. 



Fontes:
A- do artista/grupo

Palavra falada:  entrevistas, depoimentos, transcrições de falas/gravações
Palavra escrita:  anotações,  caderno de bordo, planos de montagem, fotos, desenhos, artigos, livros.
Registros audiovisuais: registros de ensaios, registros de montagens.

B- sobre o artista/ grupo
1- textos em jornais, blogs.
2- Trabalhos acadêmicos ( disciplina, fim de curso, especialização, mestrado, doutorado, pós-dourado, publicações em livro).
3- Documentários, registros audiovisuais

Instruções Iniciais - Grupos de pesquisa

Confiram seus grupos e temas.
Entrem em contato com os colegas
Comecem a fazer um levantamento incial sobre o tema de vocês:
textos, imagens, vídeos

A primeira fase de uma pesquisa é o levantamento de fontes, é a construção de seus arquivos.
 Nessa etapa você se familiariza com aquilo que você vai pesquisar.
Não interessa ainda um recorte dentro do tema e sim ver o máximo de coisas no seu tema.

Comece pelo wikipedia em inglês.
Depois vá para sites de centros de pesquisas e de pesquisadores.

Se seu tema necessitar, você pode pensar em fazer alguma entrevista com um especialista no tema. Mas isso para depois.

Primeira coisa: se familiarizar com seu tema

Distribuição entre grupos e temas



Grupo I: Teatro e Música

Amanda Borges

Milca Orrico

Naiara Lira

Heliel Damascena da Silva Sena

Samuel Mairon Barros Soares



Grupo II: Teatro do Oprimido (Boal)

Igor de Meira Rodrigues

Laura Zanetti

Rebeca Hellen Mendes da Silva

Diego Queiroz
Rodrigo Kelvin
Gabriel Guimarães Morgado



Grupo III Teatro e dança

Lucas Mattoso

Carolina Tegethoff

Samuel Ribeiro Caram

Paula Ketlen Alves Behr
Vinicius de Matos





Grupo IV Teatro Para a primeira infância

Ana Cecília Kresch

Rachel Rianele

Pedro Henrique Mazepas da Rocha

Mariana Rodrigues de Sá

Verônica Carla



Grupo V Hugo Rodas

Mariana Borges

Felipe Laya

Ana July Cabral Oliveira

João Victor Alvino Cury

Catarina Kirst



quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Aula Kandinsky/Schoenberg

Para que não pode comparecer, eis o handout:


Kandinsky e Schoenberg: Artes em contato[1]


Marcus Mota
Universidade de Brasília
Laboratório de Dramaturgia
marcusmotaunb@gmail.com



1.1- Um famoso concerto
Concerto de 2 de Janeiro de 1911. Repertório: Segundo Quarteto de Cordas(Op. 10), Três Peças para Piano (Op. 11), Cinco Canções ( para voz e piano, que integram a Op. 6), Primeiro Quarteto de Cordas(op. 7)

Vídeos
0- Segundo quarteto de Cordas, com partitura.  https://www.youtube.com/watch?v=eB5I5iU0OoE
1- Três peças para piano,  com partitura: https://www.youtube.com/watch?v=VeTFxbsVGrI ( Pollini); https://www.youtube.com/watch?v=zYaWND9n9h0 ( Di Wu) .
2- Análise do primeiro movimento das Três peças para piano. Link:https://www.youtube.com/watch?v=tDiyVJVeNXg.
3- Três Peças para piano, “Partitura animada”. Links: Mov I: https://www.youtube.com/watch?v=5hesTVJo2_U . Mov. II https://www.youtube.com/watch?v=15kbpjmtJYs .  Mov. III  https://www.youtube.com/watch?v=VD2glKLLA1g .

Para os manuscritos de Schoenberg, v.  Arnold Schönberg Center
http://www.schoenberg.at/index.php/en/archiv-2/musik .
Para as partituras, v. IMSLP  . Link: http://imslp.org/wiki/Category:Schoenberg,_Arnold .

Bibliografia
ALMADA, C “Pluralidade de abordagens analíticas da primeira
das Três Peças para Piano 
op. 11, de Arnold Schoenberg”  Música em Perspectiva 4.1(2011): 15-45.
BERG, A. “Why is Schoenberg’s Music So Difficult to Understand?” in:  B.Simms (Ed.) Pro Mundo-Pro Domo. The Writings of Alban Berg. Oxford University Press, 2014, 183-195.

1.2- Carta de Kandinsky: a dissonância
Nas suas obras, você efetivou aquilo que eu, de certa forma, tenho desejado na música. O progresso independente ao longo dos seus próprios destinos e a vida independente das vozes individuais nas suas composições, é exatamente aquilo que tenho tentado encontrar em minhas pinturas. Em nossos dias, há uma grande tendência na pintura para descobrir ‘novas’ harmonias por meios construtivos, nos quais o ritmo é construído de um modo quase geométrico. O meu instinto e empenho próprios apenas apoiam essas tendências até certo ponto. Construção é o que lamentavelmente tem faltado na pintura recente e é muito bom que agora esteja a aparecer. Mas eu penso de modo diferente sobre esse tipo de construção.
 Estou certo de que a harmonia moderna atual não será encontrada em um modo ‘geométrico’, mas sim anti-geométrico e ilógico. E esse modo é de   ‘dissonâncias’ na arte, na pintura, tal como na música. E a dissonância de hoje, na pintura e na música, será a consonância de amanhã.” (HAHL-KOCH 1980: 19)
1.3- Carta de Schoenberg: a expressão do inconsciente
“Tenho certeza que concordamos. E realmente no que é mais importante- no que você denomina ‘ilógico’ e eu chamo de “eliminação da vontade consciente em arte”. (...) Arte pertence ao Inconsciente. Toda pessoa deve expressar a si mesma. Expressar a si mesma diretamente. Mas não seus gostos, sua educação, seu inteligência, conhecimento ou capacidade. Nada dessas características adquiridas. Mas sim o que é inato, instintivo.” (HAHL-KOCH 1980: 21).

HAHL-KOCH, J. Arnold Schoenberg/Wassily Kandinsky. Briefe, Bilder und Dokumente einer außergewöhnlichen Begegnung. Residenz Verlag, 1980. Há traduções em inglês e espanhol dessa edição.
1.4. Trecho de Teoria da Harmonia
“E as expressões consonância e dissonância, usadas como antíteses, são falsas. Tudo depende, tão-somente, da crescente capacidade do ouvido analisador em familiarizar-se com os harmônicos mais distantes, ampliando o conceito de “som eufônico, suscetível de fazer arte”, possibilitando, assim, que todos esses fenômenos naturais tenham um lugar no conjunto.
O que hoje é distante, amanhã pode ser próximo; é apenas uma capacidade de aproximar-se. A evolução da música tem seguido este curso: incluindo, no domínio de recursos artísticos, um número cada vez maior de possibilidade de complexos já existentes na constituição do som. (...). Definirei consonância como as relações mais próximas e simples com o som fundamental, e dissonância como as relações mais afastadas e complexas”
Harmonia (trad. M. Maluf. Editora Unesp, 1999:58-59.

1.5. Carta Busoni /kandinsky ( 13/08/1909)
“ Eu luto por: libertação completa de todas as formas, de todos os símbolos de coesão e lógica. Logo: fora com o “trabalho com motivos”. Fora com a harmonia como cimento ou blocos de construção. Harmonia é expressão e nada mais que isso. (...) Minha música deve ser breve. Concisa! em duas notas: não construída, mas expressa! E os resultados que eu desejo: nenhuma emoção perene estilizada e esterilizada. Isso não acontece com as pessoas. É impossível que alguém tenha apenas um sentimento ao mesmo tempo. Cada um tem milhares por vez. E esses mil não se ajuntam assim como peras e maças. Seguem seus jeitos de ser.  E essa variedade, essa diversidade, essa ilogicidade que nossos sentidos apresentam, a ilogicidade  presente em suas interações enviadas pelo fluxo de sangue, ou por reação ao sentidos e nervos, é isso que eu gostaria de ter em minha música.  {...}


Textos traduzidos a partir dos link:
https://busoni-nachlass.org/edition/letters/E010001/D0100010#1
Ver também a segunda carta, da mesma data.
https://busoni-nachlass.org/edition/letters/E010001/D0100012#8

2- Composição 4
Pintura a óleo, 62.8 × 98.6" (159.5 × 250.5 cm)
Atualmente em Dusseldorf. Germany. Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Germany
Texto de Kandinsky sobre Composição IV

" Definições suplementares

1. Massas (Pesos)

centro inferior – azul (dá à tela um tom frio)

direita superior –dividido em azul, vermelho e amarelo
 esquerda superior – linhas negras do emaranhado de cavalos
 direita inferior – linhas oblíquas das figuras reclinadas
2. Contrastes
entre as massas e as linhas
entre o preciso e o indefinido
entre as linhas e as cores emaranhadas, e
contraste principal: entre o movimento angular afiado (batalha) e as cores claras, frias e doces
3. Ultrapassagem
a cor para além dos contornos

Somente o contorno completo do castelo está reduzido pela forma como o céu flui para o seu interior.
4. Dois centros
1. Linhas emaranhadas

2. Forma aguda modelada em azul
separados um do outro por duas linhas verticais negras (lanças).
A composição completa destina-se a produzir um efeito muito luminoso, com muitas cores doces, que com frequência correm umas para as outras, enquanto que o amarelo também é frio. A justaposição deste tom frio, brilhante e doce com o movimento angular (batalha) é o contraste principal no quadro. Parece- me que este contraste está aqui mais poderoso, em comparação com a Composição II, mas ao mesmo tempo mais forte (interiormente), mais claro, com a vantagem de produzir um efeito mais preciso e a desvantagem de que esta precisão tem demasiada claridade. São os seguintes os elementos básicos da composição:
1.              Concordância de massas passivas.
2.              Movimento passivo principalmente para a direita e para cima.
3.              Movimento agudo para a esquerda e para cima.
4.              Movimentos contrários em ambas as direcções (o movimento para a 
direita é contrariado por formas pequenas que se movimentam para a 
esquerda).
5.              Concordância entre as massas e as linhas que se inclinam.
6.              Contraste entre formas contornadas e formas indefinidas (por exemplo: 
a linha em si mesma mas também como contorno, que em si mesmo 
tem, em adição, o efeito de uma linha pura).
7.              A ultrapassagem da cor para além dos limites da forma.
8.              A predominância da cor sobre a forma.
9.              Resoluções. "

Traduzido a partir de LINDSAY, K.&VERGO,P. (Eds.)  Kandinsky. Complete Writings on Art. Boston: Da Capo Press, 1994, p.

3- A SONORIDADE AMARELA
Elaborada em 1909, publicada no Almanaque O Cavaleiro Azul em 1912.

A sonoridade amarela, de W. Kandinsky
Uma composição Cênica[2]

Tradução Marcus Mota

Agentes
Cinco gigantes
Seres indefinidos
Tenor ( na coxia)
Uma criança
Um homem
Pessoas com vestes soltas
Pessoas usando collants
Coro (na coxia)

Abertura
Alguns acordes da orquestra.
(sob cortina)
Em cena, temos um crepúsculo azul-escuro que de início tende ao esbranquiçado e que depois se torna um azul escuro mais intenso.  Em seguida, uma pequena luz se manifesta no centro, fazendo-se cada vez mais brilhante enquanto a cor azul obscurece. Depois um tempo, música vem da orquestra. Pausa.
Da coxia, ouve-se um coro que deve ser alocado ali para que a fonte do som não seja identificada[3]. As vozes mais graves vão se ouvir com mais destaque. O canto é regular, sem afetividade, com interrupções indicadas por reticências[4].

 VOZES GRAVES
 “Sonhos de pedra ....   e rochas falantes ...
Ressoam perguntas cheias de enigmas ...
O movimento do céu ... e a fusão ... das pedras.
Ergue-se invisível ... um muro ...”

VOZES AGUDAS
“Lágrimas e risos ...  Para maldições, orações...
A alegria da união e as batalhas mais escuras. ”
TODOS
“Luz trevosa no ... mais ensolarado ... dia.
(desaparecendo veloz e repentinamente)
Brilha sombra luminosa na noite mais escura!! ”
Fade out. Blecaute. Pausa mais longa. Em seguida, abertura da orquestra.

Quadro 1
(À direita e esquerda do espectador)
A área de atuação deverá estender-se até o fim do palco o máximo que der. Lá ao fundo, uma extensa colina verde. Atrás da colina, uma cortina lisa, opaca, azul, de um tom bem escuro.
Em seguida começa a música, inicialmente em frequências agudas. Após, passa imediatamente para as mais graves. Ao mesmo tempo, o fundo de cena muda para azul escuro (em sincronia com a música) e nele surgem bordas negras (como em um quadro). Da coxia ouve-se um coro sem palavras, que canta sem emoções, seco, mecânico. Ao final do canto do coro, uma pausa geral: nenhum movimento, nenhum som. Daí blecaute.
Após, a cena se ilumina. Da direita para a esquerda, cinco gigantes (os maiores possíveis) de um amarelo muito vivo são empurrados para o palco ( como se flutuassem sobre o piso).
Eles ficam imóveis ao fundo, um do lado do outro –uns com os ombros erguidos, outros com os ombros caídos, todos com estranhos e indefinidos rostos amarelos.
Viram o rosto uns para os outros bem lentamente, fazendo movimentos simples com os braços.
A música se torna mais definida.
Então se ouve o canto sem palavras e em baixa frequência em pianissimo (pp) dos Gigantes e eles vão se aproximando bem lentamente do centro do palco[5]. Voam velozes da esquerda para a direita umas criaturas vermelhas indefinidas, que assemelham um pouco a pássaros, e que têm cabeças grandes parecidas com as de seres humanos. Este voo se reflete na música.
Os gigantes continuam cantando, com frequências mais graves. Ao mesmo tempo, tornam-se cada vez menos visíveis[6].  A colina ao fundo cresce lentamente e vai se tornando mais nítida. Ao fim, está branca. O céu, totalmente escuro. 
Da coxia novamente se escuta o coro opaco. Não se ouve mais os gigantes.
A boca-de-cena torna-se azul e aos poucos menos brilhante.
A orquestra luta com o coro e o vence.
Uma névoa densa torna toda a cena invisível.

BIBLIOGRAFIA

AUER,J.  A Schoenberg Reader. Documents of a Life. Yale University Press, 2003.
BOULEZ, P. “Schoenberg, Arnold” In: Apontamentos de Aprendiz. Editora Perspectiva, 1995: 310-218.
FESTINGER,L. A Theory of Cognitive Dissonance. Stanford University Press, 1957.
GRIFFHITS, P. A música moderna. Zahar, 1998. 
LEIBOWITZ, R. Schoenberg and His School.  Da Capo, 1975.
LEIBOWITZ, R. Schoenberg. Editora Perspectiva, 1981.
ROSS, A. O resto é ruído. Escutando o Século XX. Companhia das Letras, 2009.
Links:
 1- The Language of the New Music - Documentary about Wittgenstein and Schoenberg, 1985.  https://www.youtube.com/watch?v=DRI_ZSh6iF4 .

2- Ouvir o som: A música no Século XX. Paulo Zuben.
http://culturafm.cmais.com.br/ouvir-o-som-a-musica-no-seculo-xx

3- A sonoridade amarela
Links:
https://www.youtube.com/watch?v=mOMHT-8v_Vo
https://www.youtube.com/watch?v=_fPRGuQbXws



[1] Material desenvolvido a partir da pesquisa  em curso “Dramaturgia e Multissensorialidade:Metodologia de elaboração de audiocenas para ambientes online a partir da série  Composições, de Kandinsky”,  financiada pelo CNPq.  Pesquisador associado: doutorando Alexandre Rangel. 

[2] Thomas von Hartmann ficou encarregado da parte musical.
[3] NT. No original:  “welcher so eingerichtet werden muss, dass die Quelle des Gesanges nicht zu eknnen ist. ” Isto é: o coro “deve ser disposto de um jeito que não seja possível discernir a origem do canto”.
[4] NT. No original “ohne Temperament”.  No lugar de traduzir por cognato, o que levaria a questão do temperamento musical, questão sobre afinação e medição de intervalos musicais, dentro do contexto vemos que o termo se refere tentativa de se reduzir respostas emocionais na canção por meio da ênfase na equalização dos atos performativos. Assim, “sem temperamento” aqui refere-se a uma performance sem disposições mais explicitas de emoções, algo mais próximo de uma máquina.
[5] NT. No original, “Rampe”. Seria vago traduzir por “rampa”, pois no caso Kandinsky está se referindo ao lugar de destaque da área de atuação, a ribalta,  onde um fila de refletores no chão ilumina o ator.
[6] No original, “undeutlich”, “indistinto”, “vago”, “difuso”, “obscuro”, ”borrado”.

Auto avaliação - Felipe Laya

1 - O que aprendi neste semestre? Aprendi várias coisas neste semetre, como, novas técnicas de pesquisa, como fazer um trabalho acadêmico, ...