O uso de procedimentos de análise tem sido muito efetivo nos estudos teatrais.
Inicialmente, temos a prática de análise de textos teatrais.
Em análise de textos teatrais temos alguns parâmetros já estudados durante a leitura das peças
1- divisão em partes ou macroestrutura. Como vimos, podemos decompor a totalidade do texto em unidades. Na maioria dos textos essas unidades estão marcadas, com o nome de atos, cenas, seções, jornadas, ou apenas números e letras.
2- agentes ou personagens. Em dramaturgia, geralmente temos uma lista das personagens e algumas de suas características logo no início do texto. Além disso, no texto temos indicações sobre a atuação, sobre o modo pelo qual o agente expressã emoções, movimentos, etc.
3- espaço ou contexto material da cena: Nas rubricas, temos informações sobre objetos de cena, e o lugar onde as ações ocorrem.
4- encenação. Cada peça tem sua encenação implícita ou explícita. No segundo caso, o dramaturgo indica muitas informações sobre como os acontecimentos performados podem ser expostos em cena, ao se referir à luz, a projeções, a mudanças de cenário, etc.
Esses tópicos são comuns em textos teatrais.
Agora, na análise de eventos teatrais concretos, há diferenças de abordagem e descrição.
No caso de vídeos de performance, uma ferramenta fundamental é a minutagem. O processo é ir anotando eventos a partir de um eixo de tempo. Há diversos eventos que podem ser observados, mas o importante é estabelecer tais eventos dentro de uma ordem temporal. Por exemplo: você está estudando o vídeo de uma performance cultural X, como um bumba meu boi em tal região. Isso você filmou ou pegou filmado por alguém. Uma escolha inicial é decompor, é analisar, e separar as partes que compõem esta performance. Vamos dizer que ela possui uma primeira parte de saudação ao público, temos uma dança de roda com todos(público e agentes), depois um diálogo, depois uma canção solo, depois uma dança de roda, um monólogo final. Você identificou seis partes. Agora, junto com as distinções de partes você minutou cada parte, cada seção, viu os tempos diferentes. A partir dos dados você vai identificar as grandezas: o que dura mais tem mais foco. Você consegue idenficar um ritmo, ou vários ritmos, ou um ritmo que é a combinação de vários ritmos.
Duas coisas são importantes:
a- as coisas que se repetem, as coisas que retornam
b- as coisas que são únicas.
A partir daí, você vai construíndo o seu discurso, o seu texto. A partir das observações, você gera dados, você encontra padrõe e então discute este padrões.
A partir da segunda metade do século XX alguns pesquisadores em Ciências Sociais começaram a ficar fascinados com as semelhanças entre eventos que aconteciam no teatro e outros fora do teatro. A metáfora shakespeariana "O mundo é um palco" era o mote indutor para essas associações. Entre os pesquisadores, destaca-se Erwin Goffman (1922-1982). Entre suas obras, traduzidas para o português, destacam-se
A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1989.
Ritual de Interação: ensaios sobre o comportamento face a face. Petrópolis: Vozes, 2011.
Inicialmente, temos a prática de análise de textos teatrais.
Em análise de textos teatrais temos alguns parâmetros já estudados durante a leitura das peças
1- divisão em partes ou macroestrutura. Como vimos, podemos decompor a totalidade do texto em unidades. Na maioria dos textos essas unidades estão marcadas, com o nome de atos, cenas, seções, jornadas, ou apenas números e letras.
2- agentes ou personagens. Em dramaturgia, geralmente temos uma lista das personagens e algumas de suas características logo no início do texto. Além disso, no texto temos indicações sobre a atuação, sobre o modo pelo qual o agente expressã emoções, movimentos, etc.
3- espaço ou contexto material da cena: Nas rubricas, temos informações sobre objetos de cena, e o lugar onde as ações ocorrem.
4- encenação. Cada peça tem sua encenação implícita ou explícita. No segundo caso, o dramaturgo indica muitas informações sobre como os acontecimentos performados podem ser expostos em cena, ao se referir à luz, a projeções, a mudanças de cenário, etc.
Esses tópicos são comuns em textos teatrais.
Agora, na análise de eventos teatrais concretos, há diferenças de abordagem e descrição.
No caso de vídeos de performance, uma ferramenta fundamental é a minutagem. O processo é ir anotando eventos a partir de um eixo de tempo. Há diversos eventos que podem ser observados, mas o importante é estabelecer tais eventos dentro de uma ordem temporal. Por exemplo: você está estudando o vídeo de uma performance cultural X, como um bumba meu boi em tal região. Isso você filmou ou pegou filmado por alguém. Uma escolha inicial é decompor, é analisar, e separar as partes que compõem esta performance. Vamos dizer que ela possui uma primeira parte de saudação ao público, temos uma dança de roda com todos(público e agentes), depois um diálogo, depois uma canção solo, depois uma dança de roda, um monólogo final. Você identificou seis partes. Agora, junto com as distinções de partes você minutou cada parte, cada seção, viu os tempos diferentes. A partir dos dados você vai identificar as grandezas: o que dura mais tem mais foco. Você consegue idenficar um ritmo, ou vários ritmos, ou um ritmo que é a combinação de vários ritmos.
Duas coisas são importantes:
a- as coisas que se repetem, as coisas que retornam
b- as coisas que são únicas.
A partir daí, você vai construíndo o seu discurso, o seu texto. A partir das observações, você gera dados, você encontra padrõe e então discute este padrões.
A partir da segunda metade do século XX alguns pesquisadores em Ciências Sociais começaram a ficar fascinados com as semelhanças entre eventos que aconteciam no teatro e outros fora do teatro. A metáfora shakespeariana "O mundo é um palco" era o mote indutor para essas associações. Entre os pesquisadores, destaca-se Erwin Goffman (1922-1982). Entre suas obras, traduzidas para o português, destacam-se
A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1989.
Ritual de Interação: ensaios sobre o comportamento face a face. Petrópolis: Vozes, 2011.
Os quadros da experiência social: uma perspectiva de análise. Petrópolis, Editora Vozes, 2012.
Sobre o tema v.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/24134/13979
https://www.academia.edu/2157533/Performance_e_análise_de_molduras_-_A_contribuição_de_Erving_Goffman_para_o_teatro
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