sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Auto-apresentação (Pedro Mazzepas)

Auto-apresentação (Pedro Mazzepas)

Pedro Henrique Mazepas da Rocha
17/0154068


0- Fale um pouco sobre sua experiência em teatro até aqui, se participou de montagens, cursos, papéis, workshops. O que você aprendeu nestas participações, o que despertou em você.
Após algumas oficinas durante o ensino médio meio por acidente e sem muita pretensão, tive minha iniciação teatral durante minha outra graduação, Publicidade e Propaganda em 2011; era questão de meses pra estar ingressando na Companhia Dois Tempos, participando do meu primeiro espetáculo em circuito profissional:"Amatores A Comédia" dirigida por Abaête Queiroz, processo guiado pela minha inexperiência e falta de instrumentalização. Em pouco tempo (2012), já estaria morando com parte da Companhia, cerca de 13 pessoas (entre atores e produção) dentro de um apartamento em Copacabana no Rio de Janeiro. Entre fracassos de bilheteria e adaptações à novas casas e pessoas, entrei pra o curso de atores Nu Espaço, localizado no centro de Botafogo. Paralelamente ao curso, junto à alguns remanescentes da companhia e outros alunos, começamos um espetáculo autoral de nome Caravana, apadrinhado e dirigido pela Diretora Cynthia Reis. Primeira vez que entendi a responsabilidade do pé no palco, e que texto tem que ser sangue.
Já de volta à Brasília, atuei em 2013 no espetáculo "Carinho" baseado no texto do Catalão Sergi Belbel. No ano seguinte, atuei em um espetáculo proposto para bares e restaurantes, "MPB Pocket Show", e em uma pequena excursão no teatro escola com "O Laboratório de Pedrinho" novamente pela Companhia Dois tempos. Em 2015, comecei uma oficina com Alexandre Ribondi e tive a oportunidade de atuar em "O Pecado da Alegria" e "Um Jantar para Hitchcock", e aprender sobre uma certa sedução provocativa das personagens.
No mesmo ano, atuei em "Inominável" espetáculo da Dois Tempos encabeçado e dirigido por Similião Aurélio, um cara que admiro muito e que me ensinou sobre a autonomia do ator, trabalho duro e lugares invisíveis. No próximo ano, 2016 fiz parte do elenco de "Fôlego". Nessa parte aqui, já me pesava a verdade que se investe muito e ganhasse pouco e como eu poderia chamar algo que não me dá sustento de profissão? Uma nova temporada de "Inominável" com Similião e Companhia Dois Tempos e uma participação no Telefilme "Amor ao Quadrado" na Globo e a criação do Coletivo Columna com outros artistas da cidade fecham 2016 com uma perspectiva mais profissional e corajosa.
Chego agora em 2017, finalmente fazendo as pazes com o conhecimento e orgulhoso da minha experiência fruto do meu trabalho. Esse ano estreei a primeira peça do meu coletivo, EXTINÇÃO// C12H22O11, participamos da Mostra do Obsoleto Teatro, gravei um comercial com o BrbCard, meu primeiro longa "Tempo de Ímpeto", e o "Inominável" terá sua terceira temporada no Cena Contemporânea, e atuarei na Peça "Ás Margens do Abrigo" baseada em reportagens do Correio Braziliense sobre jovens que vivem em abrigos. No mais, trabalho é vida e é dura, nunca se compare e fodam-se os prodígios.

1- Liste as peças teatrais que você já leu. Autores e nome das obras.

A Megera Domada - William Shakespeare
Sonhos de Uma Noite de Verão - William Shakespeare
Édipo Rei - Sófocles
Os Sete Gatinhos - Nelson Rodrigues
A Serpente - Nelson Rodrigues
O Beijo no Asfalto - Nelson Rodrigues
Céu sobre Chuva ou O Botequim - Gianfrancesco Guarnieri
Calabar - Chico Buarque
Esperando Godot - Samuel Beckett
O Pagador de Promessas - Dias Gomes
Carícias - Sergi Belbel

2- Escolha uma ou duas obras e apresente o que mais chamou atenção do texto que você leu.
Em qualquer uma dessas três obras de Nelson Rodrigues, me chama atenção as contradições dos personagens que os tornam tão humanos e relacionáveis, caminhando em uma crueldade poética e irresistível assim como a vida. Sobre "Céu sobre Chuva ou O Botequim", me marcou bastante o viés político e critico que uma obra pode ter, com uma trama que serve como metáfora: algumas pessoas sem vem presas dentro de um boteco por causa de um temporal e quem se arriscasse a sair simplesmente desaparece em meio a torrente, a repressão caindo como chuva e o povo acossado e desnudado dentro do botequim.

3- Liste textos(livros, artigos) que você leu que falam de teatro.
Atualmente estou lendo O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski, um compilado de textos sobre o teatro laboratório e os processos e percepções que buscam resgatar o estado de ritual laico que o teatro antigo alcançava, onde os atores e público formam uma única comunidade, qualquer delimitação de palco é extinguida e o público é o co-autor; o que sobra do teatro quando tiramos todas as outras artes e recursos que o compõem e incrementam? A Teatralidade. Já li também A Construção da Personagem, A Preparação do Ator do Stanislavski. O próximo que pretendo, na verdade, acabar de ler é O Ator invísvel de Yoshi Oida.

4- Escolha uma ou duas obras e comente o que você acho de mais relevante no que você leu.
Em Calabar: O Elogio da Traição, obra de Chico Buarque e Ruy Guerra, toda metaforização do período da ditadura, a via crucis que alça o protagonista ao quase heróismo em detrimento de como sua figura é conhecida historicamente e também a trilha sonora incrível de Chico Buarque. E em Carícias de Sergi Belbel, os temas como homossexualidade, senilidade, incesto, o sofrimento e a morte e forma em que são abordados em dez cenas, com personagens que se cruzam em mais de uma vez, e que são despidos revelando seus medos, desejo.

5- Quais são suas expectativas em relação a esta disciplina? O que você espera aprender?
Quero com essa disciplina, tornar meu processo mais consciente ao compreender como as poéticas presentes em um texto são construídas e o porquê das escolhas; pretendo dissecar também outros processos por qual já passei, e poder identificar ali coisas que talvez, por um senso de intuição e falta de base teórica, passassem despercebidas e ocultas, e poder refletir só me tornará um ator mais consciente e responsável, em alguns âmbitos.

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