sábado, 12 de agosto de 2017

Auto-apresentação Mariana Borges


Nome: Mariana Borges da Fonseca

Matrícula: 17/0151310



Questões



0- Fale um pouco sobre sua experiência em teatro até aqui, se participou de montagens, cursos, papéis, workshops. O que você aprendeu nestas participações, o que despertou em você?

Meu contato com teatro começou no ensino fundamental e foi se oficializar no ensino médio, quando eu fiz a formação no curso de teatro na Companhia da Ilusão. Durante a minha graduação em Psicologia eu costumava pegar matérias em Artes Cênicas e participar de projetos de pesquisa dentro do IDA. Meu mestrado também foi voltado para uma intersecção entre o uso do humor na psicoterapia e a arte do palhaço. Então eu tenho namorado o teatro por algum tempo. Durante esse período eu participei de algumas montagens como "O inspetor geral" (Nikolai Gogol), uma livre adaptação de "Sonho de uma noite de verão" (William Shakepeare), "Bodas de Sangue" (Frederico Garcia Lorca) e algumas montagens de cenas curtas, dentre elas, cenas de Anjo Negro (Nelson Rodrigues) e Casa de bonecas (Henrik Ibsen). Alguns dos workshops que já fiz incluem 3 workshops de palhaçaria com o Denis Camargo, um com Chacovachi e um com Avner Eisenberg. Um workshop de "Teoria e prática no teatro de animação" com Miguel Vellinho, bem como uma oficina "Corpo como fronteira" com Renato Ferracini. Também já fiz a operação de luz de uma cena curta no festival de teatro do Galpão do Riso. Não sei se consigo ser eloquente o suficiente para tratar do quanto estas experiências foram enriquecedoras para mim. Especialmente os trabalhos com a palhaçaria: mudaram muito a forma como eu vejo a minha existência em cena e a minha presença no palco. Aprendi muito também sobre a importância de compreender e estudar os textos teatrais - e a entender, por outro lado, que eles são apenas uma parte de todo um processo de criação que pode partir ou não deles. Aprendi muito sobre ética e respeito com os profissionais com quem convivi. E vi que teatro, definitivamente, não é  só brincadeira, e que pra fazer um bom trabalho é necessário muito estudo e dedicação. Por isso estou aqui :)


1- Liste as peças teatrais que você já leu. Autores e nome das obras.


-Casa de Bonecas - Henrik Ibsen;
-Um bonde chamado Desejo - Tennessee Williams;
-Casa de Bernarda Alba - Frederico Garcia Lorca;
-Anjo Negro - Nelson Rodrigues;
-Édipo Rei - Sófocles;
-O inspetor geral - Nikolai Gogol;
-Um gesto por outro - Jean Tardieu;
-Hamlet - William Shakespeare;
-O pagador de promessas - Dias Gomes;
-O auto da compadecida - Ariano Suassuna
-Memórias do mar aberto: Medéia conta sua história (Consuelo de Castro);



2- Escolha uma ou duas obras e apresente o que mais chamou atenção do texto que você leu.
- Anjo Negro: Eu não sou muito conhecedora da obra de Nelson Rodrigues, nem do teatro (ainda). Mas de uma perspectiva leiga e tendo assistido a algumas montagens de Nelson Rodrigues, eu percebo que tenho uma tendência a gostar muito dos textos dele. De uma forma paradoxal ele trás elementos muito extra-cotidianos e, ao mesmo tempo, sinto que ele fala tanto da humanidade. De certa forma, acho que somos absurdos e extremamente complexos e paradoxais mesmo - como são os personagens da obra dele. De modo, que as atitudes mais improváveis dos personagens de sua obra, são as que os tornam mais humanos, de alguma forma. 
Especialmente Anjo Negro, que escolhi para ler na época, me atrai pela contração entre as questões sociais (racismo, machismo, etc) e a particularidade de cada uma das figuras e como elas encontram formas de subversão aprisionadoras. O final me chocou muito - foi extremamente inesperado, revoltante e, ao mesmo tempo, fez tanto sentido! Amo a complexidade da trama. Vou parar de falar que tenho medo de que meus comentários só fiquem mais rasos perto da profundidade que eu sinto quando adentro o universo dele.

- Um gesto por outro: Por um motivo semelhante: eu gosto como o uso do absurdo desvela a nossa humanidade. Acredito que as peças absurdas me tocam de forma sobremaneira e tem um jeito de desnaturalizar a realidade humana e mostrar algumas coisas de uma forma indireta que ultrapassa nossas defesas conscientes. Além disso, tenho uma afetividade ligada a essa peça. Foi a primeira montagem em que consegui brincar e me soltar mais em cena - acredito que a absurdidade da coisa, fez eu deixar de me apegar tanto a um hiper-realismo que costumava me tensionar muito.




3- Liste textos(livros, artigos) que você leu que falam de teatro.

- A porta aberta (Peter Brook);
- A preparação do ator (Konstantin Stanislavski);
- Clown, o avesso de si: Uma análise do clownesco na pós-modernidade;
- Em busca do seu próprio clown (Jacques Lecoq);
- Dramaturgia da atuação cômica: o desempenho do ator na construção do riso (Zé Regino);
- O clown e a improvisação codificada (Luis Otávio Burnier);


4- Escolha uma ou duas obras e comente o que você achou de mais relevante no que você leu.

- A porta aberta: Eu já li esse livro duas vezes e acho que daqui a pouco vai chegar o momento de eu ler uma terceira, porque já esqueci muitas coisas. Eu sou encantada pela ideia do espaço vazio em todo o seu universo. Alguns dos exercícios de Peter Brook para ajudar os atores nas suas montagens também me chamaram a atenção, pois parecem que seriam coisas que de fato me ajudariam em uma montagem também. Sua visão cultural e de inter-culturalidade também é algo que me atrai.

- A preparação do ator: Porque Stanislavski foi brilhante em destrinchar alguns dos aspectos a serem levados em conta para construir o que ele chama de "verdade cênica" - o que um ator precisa para convencer os demais da realidade da vivência cênica e, por conseguinte, mobilizá-los e tocá-los de alguma forma. A sistematização que ele trás e o seu diálogo entre uma boa estrutura teórica e a estruturação de uma prática é importante para mim. Algumas vezes, contudo, sinto  é um método muito "psicológico" para mim e, como eu penso demais, o meu uso dele, às vezes, não é dos melhores. Mas gosto muito do livro, especialmente porque toda a transmissão de conhecimento é por meio de contação de histórias, e isso é genial.


5- Quais são suas expectativas em relação a esta disciplina? O que você espera aprender? Espero aprender um pouco mais sobre o que é isto que chamamos de "teatro": a história do teatro e as formas da sua emergência ao longo do tempo. Acho que vai me ajudar a ter uma perspectiva mais ampla das raízes do teatro em suas diferentes manifestações, dos diferentes aspectos que as constituem, bem como das diversas possibilidades que envolvem o fazer teatral.

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